Como Calcular Meia Vida?

Como é calculado o tempo de meia vida?

Os cálculos que envolvem meia-vida são muito utilizados em diversas áreas do conhecimento científico, como Arqueologia, Farmácia, Medicina etc. Esses cálculos destacam-se na determinação de algumas medidas relacionadas a um material radioativo, como as seguintes:

Tempo de decaimento de um material radioativo; Porcentagem do material radioativo restante após um tempo de decaimento; Tempo da meia-vida do material radioativo; Idade de um material radioativo.

Por envolver raciocínio matemático, podemos utilizar as fórmulas a seguir para a realização dos cálculos envolvendo a meia-vida :

1ª Fórmula:

t = P.x Nessa fórmula, (t) é o tempo de desintegração do material radioativo, (P) é a meia-vida e (x) é o número decorrido de meias-vidas pelo material.

2ª Fórmula:

m = m o 2 x Na fórmula acima, (m) é a massa restante, (mo) é a massa inicial e (x) é número decorrido de meias-vidas. Obs.: Com essa fórmula, podemos ainda obter a porcentagem do material radioativo e o número de partículas. Para isso, em vez da massa, é só utilizar a fórmula para encontrar essas outras medidas.

Meia-vida; Massa inicial; Tempo decorrido.

Exemplo: (PUC-Camp-SP) O iodo-125, variedade radioativa do iodo com aplicações medicinais, tem meia-vida de 60 dias. Quantos gramas de iodo-125 restarão após seis meses a partir de uma amostra contendo 2,00 g do radioisótopo? a) 1,50 b) 0,75 c) 0,66 d) 0,25 e) 0,10

Meia-vida (P) = 60 dias Tempo decorrido (t) = 6 meses ou 180 dias (multiplicando 6 por 30 dias) Massa inicial (m o ) = 2 g Massa restante (m) = ?

Para realizar esse cálculo, basta realizar os seguintes passos: ⇒ 1 o Passo: Calcular o número de meias-vidas. Utilizar o valor da meia-vida e o tempo decorrido na expressão a seguir: t = P.x 180 = 60.x x = 180 60 x = 3 ⇒ 2 o Passo: Calcular a massa restante.

Massa final; Massa inicial; Tempo decorrido.

Exemplo: (Unip) Um isótopo de iodo radioativo é muito usado para diagnóstico de doenças de glândula tireoide. A partir de 1 g desse isótopo, após 24 dias, sobra 1/8 g dele. Qual é a meia-vida desse isótopo? a) 24 dias b) 8 dias c) 12 dias d) 16 dias e) 4 dias

Meia-vida (P) = ? Tempo decorrido (t) = 24 dias Massa inicial (m o ) = 1 g Massa restante (m) = 1/8 g ou 0,125 g

Para realizar esse cálculo, basta realizar os seguintes passos: ⇒ 1 o Passo: Calcular o número de meias-vidas. Utilizar a massa inicial e o número de meias-vidas: m = m o 2 x 0,125 = 1 2 x 2 x = 1 0,125 2 x = 8 Após realizar a potenciação do número oito para que ele tenha a mesma base dois existente do lado esquerdo da igualdade, temos que: 2 x = 2 3 x = 3 ⇒ 2 o Passo: Calcular a meia-vida.

Tempo decorrido; Meia-vida.

Obs.: Como é utilizada a porcentagem, a porcentagem inicial de uma amostra radioativa é sempre igual a 100 %. Exemplo: (UFPI) Um elemento radioativo tem um isótopo cuja meia-vida é 250 anos. Qual a porcentagem da amostra inicial desse isótopo que existirá após 1000 anos? Não pare agora. Tem mais depois da publicidade 😉 a) 1,25% b) 4% c) 6,25% d) 12,5% e) 25%

Meia-vida (P) = 250 anos Tempo decorrido (t) = 1000 anos Porcentagem restante = ?

Para realizar esse cálculo, basta realizar os seguintes passos: ⇒ 1 o Passo: Calcular o número de meias-vidas. Utilizar o tempo decorrido e a meia-vida: t = P.x 1000 = 250.x x = 1000 250 x = 4 ⇒ 2 o Passo: Calcular a porcentagem restante. Utilizar a massa inicial e o número de meias-vidas: p = p o 2 x p = 100 2 4 p = 100 16 p = 6,25 % Cálculo envolvendo meia-vida e idade de um material Exemplo: (UFPI) A análise de uma amostra de um meteorito indicou que ele contém três átomos de chumbo 82 Pb 206 para cada átomo de 92 U 238,

Meia-vida (P) = 4,5,10 9 anos Átomos iniciais = 4 Átomo final = 1

Para realizar esse cálculo, basta realizar os seguintes passos: ⇒ 1º Passo : Interpretar o enunciado. O enunciado do exercício informa que há três átomos de chumbo (Pb) para cada átomo de Urânio (U). Assim, se em quatro átomos, ou seja, 100% (um inteiro), apenas um é de urânio, há, portanto, 25% (1 para 4) desse elemento.

  • 2º Passo : Calcular o número de meias-vidas.
  • Utilizar a definição de meia-vida, que é o período em que uma amostra perde metade da sua radiação.
  • Assim, se temos 100% de uma amostra, após uma meia-vida, restarão 50% dela.
  • Após mais uma meia-vida, haverá 25% dela.
  • Em outras palavras, passaram-se duas meias-vidas no decaimento da amostra de 100% para 25%.

⇒ 3º Passo: Determinação da idade do meteorito. Como o decaimento envolveu a passagem de duas meias-vidas, basta multiplicar esse número pela meia-vida fornecida: Idade = 2,4,5,10 9 anos Idade = 9.10 9 anos Cálculo envolvendo meia-vida e gráficos Nesse tipo de situação, os cálculos envolvendo a meia-vida serão realizados a partir de informações retiradas do gráfico e do texto do exercício. a) Qual a meia-vida desse isótopo? b) Decorridos 80 anos da produção do isótopo, qual a sua radioatividade residual? Resoluções: a) Para determinar a meia-vida do césio, basta marcar um ponto entre 60 e 40 no eixo y (onde fica a porcentagem) do gráfico, ir até a curva e, em seguida, descer em direção ao eixo x (onde fica o tempo). Ao realizar esse procedimento, obtemos que a meia-vida do césio é de aproximadamente 30 anos. b) A resolução da letra b segue o mesmo padrão descrito na letra a, porém, como há o tempo determinado (80 anos), inciamos a partir do 80 no eixo x, seguimos em direção à curva e, por fim, tracejamos até o eixo y. Ao realizar esse procedimento, obtemos que a porcentagem restante do césio é de aproximadamente 15%.

Quanto é 1 meia-vida?

Meia-vida (P) = 20 minutos.

Como calcular a meia-vida do carbono?

O carbono 14 é formado a partir da colisão entre raios cósmicos e o nitrogênio 14, encontrando na atmosfera terrestre. Esse isótopo do carbono liga-se facilmente com o oxigênio, formando o gás carbônico (14CO2), que é absorvido pelas plantas. Quando um ser vivo morre, a quantidade de carbono 14 diminui, o que implica em um decaimento radioativo.

  1. O tempo de meia vida do carbono 14 (14C) é de 5730 anos.
  2. Isto significa que se um organismo morreu há 5730 anos terá a metade do conteúdo de 14C.
  3. O tempo de meia vida de um elemento radioisótopo é o tempo necessário para que se desintegre a metade de sua massa, que pode ocorrer em segundos ou em bilhões de anos, dependendo do grau de intensidade do radioisótopo.

Ou seja, se tivermos 200 g de massa de um elemento radioativo, cujo tempo de meia vida é de 10 anos, após esses 10 anos o elemento terá 100 g de massa. Assim sendo, a idade radiocarbono da amostra fóssil pode ser obtida comparando a radioatividade específica 14C/12C desta amostra.

Nesse caso, quanto menor é a quantidade de carbono 14 encontrada na amostra mais antiga ela é. Para descobrir a quanto tempo um organismo morreu, determina-se a quantidade de elétrons que o organismo emitiu por minuto por grama de material, que hoje em dia é de aproximadamente de 15 elétrons emitidos por minuto por grama de amostra.

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O que é meio de vida?

The concept modo de vida: between translations, definitions, and discussions – A concepção de “modo de vida” tem sido muito utilizada nas Ciências Sociais, principalmente, para assinalar mudanças culturais, tal como pode ser observado desde Durkheim, Weber, Wirth, Rambaud, Lefebvre, Bourdieu, dentre outros. No entanto, o termo “modo de vida” assume uma pluralidade de significados, dificultando a compreensão das nuances interpretativas que o perpassam.

As traduções para o português de estudos em língua inglesa e francesa, por vezes, apresentam termos idênticos para ideias originalmente distintas. Dada essas ambiguidades na definição do modo de vida, esse artigo se propõe a analisar os significados a ele atribuídos na literatura nacional e internacional.

Como metodologia foram utilizados dados secundários oriundos de artigos e teses que utilizam o termo modo de vida e/ou traduzem a terminologia para a língua portuguesa, aplicando-se a análise em redes como ferramenta para avaliar o seu uso. Os resultados indicaram que termos distintos em sua língua original, como no francês genre de vie e style de vie, têm, rotineiramente, a mesma tradução para o português, modo de vida, reforçando a imprecisão do termo.

Palavras-chave: Modo de vida; Traduções; Way of life; Genre de vie The concept modo de vida has been widely used in social sciences, particularly to denote cultural changes, as seen in Durkheim, Weber, Wirth, Rambaud, Lefevbre, and Bourdieu. Nevertheless, the term modo de vida bears multiple, nuanced, meanings, making difficult to understand its distinct interpretations.

Translations of studies from English and French to Portuguese sometimes present the same term to denote different original notions. In view of these ambiguities of the concept modo de vida, this article aims to analyze the meanings ascribed to the term modo de vida in both national and international literature.

  1. The methodological approach was based on secondary data comprised by studies featuring the term modo de vida or his correlates, and used network analysis as a tool to analyze the use of synonymy and translations of many terms related to modo de vida.
  2. The results points to distinct concepts, such as the French terms of genre de vie and style de vie, being often translated into Portuguese as modo de vida, therefore reinforcing the vagueness of the Portuguese term modo de vida.

Keywords: Modo de vida; Translations; Way of life; Genre de vie O conceito de modo de vida, apesar de amplamente discutido na literatura internacional, carece de uma maior precisão em termos da sua definição. Para Isabel Guerra (1993 30 GUERRA, I. Modos de vida: novos percursos e novos conceitos.

  • Sociologia – Problemas e Práticas, n.3, p.59-74, 1993.), ao analisar os modos de vida, devem-se levar em conta três dimensões, que geralmente são pouco utilizadas; o sistema e os atores sociais; a história e o cotidiano; e o objetivo e o subjetivo na percepção do real.
  • Essas três dimensões deveriam ser articuladas de modo a combinar a força da estrutura com a possibilidade de ação dos indivíduos, o nível da vida cotidiana articulado com o econômico, o político, o cultural, bem como as redes de poder estabelecidas nas articulações entre as diferentes esferas do social.

O estudo sobre os modos de vida encontra-se frente a um dilema: por um lado, de acordo com a autora, a análise da vida cotidiana assumiria a forma de uma mediação horizontal, especifica e irredutível, mas sofreria com as contradições sociais. Por outro lado, a análise dos modos de vida, submete-se à lógica da reprodução da força de trabalho expressa pelas condições de exploração e de classe.

As pesquisas mais recentes sobre os modos de vida dão enfoque a dois aspectos, conforme aponta Guerra (1993 30 GUERRA, I. Modos de vida: novos percursos e novos conceitos. Sociologia – Problemas e Práticas, n.3, p.59-74, 1993.). Por um lado, à análise da relação entre as diferentes práticas cotidianas, trabalho, vida familiar, consumo, lazer e etc.

e, por outro lado, às relações que o conjunto dessas práticas cotidianas estabelece com as relações sociais mais gerais. Assim, os estudos ligados aos aspectos da vida cotidiana deveriam preocupar-se com o grau de consciência dos atores sobre a condução dos seus destinos, individuais ou coletivos.

  1. Deveriam, ainda, buscar a compreensão do nível de racionalidade e irracionalidade presente nas práticas sociais, seguindo tendências imersas na história da sociedade em questão.
  2. Tais sentidos imersos na história, não captáveis conscientemente pelos indivíduos, são destacados por Gomes (2015 25 GOMES, N.F.M.

A mobilidade socioespacial dos rurais e suas expressões citadinas: uma análise do município de Araponga, MG.2015.189f. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2015.) em seus estudos sobre a sociabilidade do homem comum, que vive à margem da sociedade.

  1. A autora também contribui para os estudos dos modos de vida, ao apontar que a cultura popular, no Brasil, incorpora a modernidade, mas não a partir da tradição.
  2. Numa perspectiva semelhante à de Rambaud (1969 54 RAMBAUD, Placide.
  3. Société Rurale et Urbanisation.1ª ed.
  4. Paris: Ed.
  5. Du Seuil, 1969.), a autora discorre sobre as influências da força expansiva da cultura urbana difundida em escala global, a qual exerceria forte influência nos modos de vida em escalas locais.

Brandão (2009 7 BRANDÃO, C.R. “No rancho fundo”: espaços e tempos no mundo rural. Uberlândia: EDUFU, 2009.) também se mostrou atento à relação que o global exerce sobre o local. Este autor dedicou muitos estudos à construção cultural das escalas espaço-temporais em comunidades rurais, defendendo que os padrões de tempo e espaço construídos em nível local permitiriam aos sujeitos sociais construírem e recriarem o cenário entre a natureza e a cultura, sendo este processo expresso pelos seus modos de vida.

Todavia, embora as definições de “modo de vida” venham sendo utilizadas com pertinência teórica e metodológica por autores de renome internacional e nacional, ainda é grande a imprecisão teórica em torno do mesmo, sendo comum, em muitos textos científicos o termo não merecer sequer definição acerca do significado que o autor lhe atribui.

Assim, não constitui exagero afirmar que paira sob o mesmo a doxa. Vários termos distintos são traduzidos de estudos internacionais indiscriminadamente como modo de vida. Ao se analisar essa pluralidade de traduções, vislumbra-se uma verdadeira Babel. Ao pensar neste problema, este artigo propõe-se a analisar as relações entre os termos que se apresentam na literatura como sinônimos ou traduções do constructo modo de vida.

  1. Para isso, traz inicialmente perspectivas teóricas envolvendo estudos de modos de vida.
  2. Na parte subsequente, apresenta-se a metodologia referente as redes sociais e a terminologia para analisar o diálogo estabelecido entre os autores que utilizam o constructo “modo de vida”.
  3. Em seguida o artigo apresenta os resultados desta aplicação seguidos das considerações finais do estudo.

É possível perceber-se já nas origens da Sociologia a utilização do constructo modo de vida para analisar a passagem das sociedades pré-capitalistas para as sociedades industrializadas. Tal constructo esteve presente nos clássicos que estudavam a passagem da vida em “comunidade” para a vida em “sociedades” diversificadas econômica e culturalmente.

Nesse sentido, vários autores da sociologia utilizaram a concepção de modo de vida para apontar as transformações pelas quais as sociedades rurais, sobretudo, estavam passando. Wirth (1938 70 WIRTH, L. Urbanism as a Way of Life. The American Journal of Sociology, v.44, n.1, p.1-24, 1938.), Rambaud (1969 54 RAMBAUD, Placide.

Société Rurale et Urbanisation.1ª ed. Paris: Ed. du Seuil, 1969.), Lefevbre (1970) foram alguns dos autores que destacaram, no período de avanço da industrialização e da urbanização, as mudanças nos modos de vida nas sociedades rurais. Placide Rambaud (1969), em seu livro Société rurale et urbanisation, mostra como o modo de vida rural tradicional vai absorvendo as influências advindas da sociedade urbana em ritmos diferenciados dentro de um mesmo grupamento.

Para o autor, a urbanização do campo estaria a efetivar-se através de um processo de aculturação gradual e heterogêneo. Esse processo de aculturação, na percepção de Rambaud, não seria, portanto, grupal, mas sim individual. Cada indivíduo passa pela aculturação de forma diferenciada, montando o que o autor chama de canevas, que seria um tipo de bordado criado segundo o direcionamento dado pelo indivíduo, a partir dos seus interesses e objetivos de vida.

Assim, cada indivíduo poderia montar o seu estilo pessoal de vida escolhendo o que incorporar à sua vida face à influência advinda da cultura urbana. Henri Lefebvre (1970 37 LEFEBVRE, H. La révolution urbaine. Paris : Gallimard, Collection “Idées”, 1970.) também chama a atenção para a forma como o modo de vida camponês estaria sendo impactado pelo que ele chamou de “revolução urbana”.

Para Lefebvre (1999, p.17) “o tecido urbano prolífero, estende-se, corrói os resíduos de vida agrária”. A sociedade urbana, como uma totalidade processualmente construída, surgiria, assim, como um horizonte utópico de vida a ser alcançado. Lefebvre não interpreta o “tecido urbano” em sentido restrito, tomando o urbano como um domínio que vai além das cidades, espraiando-se sobre o campo.

Para Lefebvre (1991), a cidade é anterior, historicamente, à industrialização, contudo a sua relação com o campo mudou de acordo com o modo de produção. Para o filósofo, no contexto capitalista contemporâneo, a cidade torna-se cada vez mais um produto a ser consumido.

  1. Assim, podemos diferenciar a morfologia material onde há a cidade e a morfologia social onde há a urbanidade.
  2. Antônio Cândido (1975) é outro autor que vislumbrava o fenômeno do processo de urbanização dos modos de vida, apontando as transformações dos meios de vidas dos caipiras paulistas face às influências advindas do processo de urbanização, em perspectiva semelhante à destacada por Wirth (1938).

Contudo, se o constructo “modo de vida” serviu de forma clara para apontar as transformações das sociedades tradicionais em meio ao avanço da cultura urbana ao longo do Século XX, no Século XXI o termo ainda pode ser observado em inúmeros estudos, mostrando sua força explicativa para evidenciar os processos de mudança pelos quais as sociedades humanas passam.

McCarthy (2008), por exemplo, utiliza a concepção de modo de vida para apontar a forma como a paisagem do campo se modifica em concomitância às transformações dos modos de vida dos rurais e “neorurais” que provocam um “revival da vida no campo”. Todavia, o constructo “modo de vida” não ficou restrito apenas à sua utilização para evidenciar as transformações das sociedades tradicionais.

Segundo Gonçalves (2004), o constructo modo de vida desdobrou-se em dois aspectos: 1) relativo às condições de vida e 2) relativo ao estilo de vida. Enquanto as condições de vida corresponderiam às determinantes e condicionantes da vida em sociedade, o estilo de vida se daria nas singularidades presentes nas pessoas e em pequenos grupos, abarcando os hábitos, normas e valores expressos pelos indivíduos.

Essa perspectiva é compartilhada por aqueles que atuam com temáticas relativas à saúde, tais como: Fernandes (1996), Vasconcelos et al. (2009); Fensterseifer e Silva (2008); Almeida, Gutierrez e Marques (2012); Hatzenberger e Carlotto (2013). Gonçalves e Carvalho (2007) ampliam o leque de definições relativas ao conceito de estilo de vida, defendendo que tal conceito poderia ser usado como sinônimo de concepção de vida.

O estilo de vida seria a expressão dos conhecimentos, valores e práticas sociais, sendo, por eles, expresso na fórmula KVP Model (sigla do inglês Knowledge Values Practices). Assim, o estilo de vida poderia ser escrito através da forma matemática, EV = f(KVP), onde EV é o estilo de vida e KVP seria o conjunto de variáveis que comporia a tríade do KVP Model (Knowledge Values Practices).

A dimensão da cultura, que já se tornava bastante visível na concepção anterior, que define estilo de vida considerando os conhecimentos, valores e práticas expressas pelo indivíduo, pode ser observada de forma ainda mais evidente na definição de Castro (2003), para quem, o modo de vida seria expressão do universo cultural absorvido pelo indivíduo, enquanto o estilo de vida seria mais restrito, dependendo da classe social, do gênero e da geração.

Velho (1995) é outro autor que, dentro do campo da Antropologia, define estilo de vida considerando o universo cultural do indivíduo. Assim, nota-se, a partir do exposto, que parte dos autores utiliza modo de vida e estilo de vida de forma intercambiável, como visto em Chelotti (2010); Teixeira, e Lamas (2006); Oyola-García e Soto-Cabezas (2012).

Para além desta “sinonimização” entre modo de vida e estilo de vida, há outras, como a apresentada por Guerra (1993), que propôs os conceitos de “forma de vida” e “gêneros de vida” como sinônimos de modo de vida. O termo “forma de vida” foi utilizado também como sinônimo de modo de vida por Ferreira (2003), que ressaltou, entretanto, a dimensão do tipo de consumo a ele associado.

Essa profusão de termos não é exclusividade da literatura em língua portuguesa. Além dos estudos lusófonos, não há consenso também nas discussões apresentadas nos artigos francófonos e anglo-saxões, ainda que as variações no uso dos termos sejam menores.

  1. Na francofonia, os termos “genre de vie” 1 1 Há uma confusão na tradução para o português do termo genre de vie que, para alguns autores, como Eva (2005), Diniz (2006) e Inácio e Santos (2014), seria traduzido como modo de vida.
  2. Para outros autores, como Gressler (2007) e Gonçalves e Carvalho (2007), o melhor termo equivalente em português seria estilo de vida.

Há, ainda, aqueles que indicam que a tradução do conceito seria meios de vida, como em Perondi, Kiyota e Gnoatto (2007) e em Perondi e Schneider (2012). Também há aqueles que, na literatura, defendem a tradução mais próxima da literal, como gênero de vida, dentre esses, podemos citar Gaspar (2001) e Mercier (2011).

E “style de vie” não são dúbios na literatura como os similares em língua portuguesa. No entanto, chama a atenção que, nas traduções oficiais de estudos franceses notórios, como “Classe et styles de vie”, de Bourdieu e de Saint-Martin (1976), styles de vieé traduzido para o português como estilo de vida (Bourdieu, 1983), enquanto, no estudo de Souza (2011), o mesmo termo francês aparece com a versão em português como modo de vida.

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O termo styles de vie, na visão de Bourdieu e de Saint-Martin (1976), é definido como relativo às práticas e às propriedades que formam uma expressão sistemática das condições de existência relacionadas às diferenciadas posições dos agentes no tecido social.

Às diferentes posições nos espaços sociais correspondem styles de vie, sistemas de separações distintivas que são a retradução simbólica de diferenças objetivamente inscritas nas condições de existência. As práticas e as propriedades constituem uma expressão sistemática das condições de existência (aquilo mesmo que se denomina um style de vie) porque são o produto do mesmo operador prático, o habitus, sistema de disposições duráveis e trasladáveis que exprimem sob a forma de preferências sistemáticas as necessidades objetivas das quais ele é o produto ( Bourdieu; de Saint Martin, 1976 6 BOURDIEU, P.; DE SAINT MARTIN, M.

Anatomie du gout. Actes de la recherche en sciences sociales, v.2, n.5, p.2-81, 1976., p.18) 2 2 “Aux différentes positions dans l’espace social correspondent des styles de vie, systèmes d’écarts différentiels qui sont la retraduction symbolique de différences objectivement inscrites dans les conditions d’existence.

Les pratiques et les propriétés constituent une expression systématique des conditions d’existence (cela même qu’on appelle un style de vie) parce qu’elles sont le produit du même opérateur pratique, l’habitus, système de dispositions durables et transposables qui exprime sous forme de préférences systématiques les nécessités objectives dont il est le produit” (Bourdieu; de Saint Martin, 1976, p.18).

O style de vie é utilizado por Bourdieu como um demarcador simbólico das diferenças entre classes, visível nos habitus de classe que exprimem os gostos e preferências dos indivíduos, bem como as suas necessidades objetivas. Portanto, o conceito de estilo de vida teria uma especificidade marcante em relação ao conceito de modo de vida até aqui exposto, referente à questão da demarcação de diferenças entre indivíduos de camadas sociais distintas.

Já o conceito genre de vie, na interpretação de Paul Vidal de la Blache (1911), apontaria para uma ação do homem sobre a natureza, imprimindo sobre a terra as suas características econômicas, sociais, ideológicas e psicológicas. Esta concepção se aproxima muito da concepção de meios de vida proposta por Cândido (1975) em seu estudo sobre as mudanças dos meios de vida entre os caipiras paulistas.

Pode-se vislumbrar, entre os geógrafos que trabalharam com o conceito de genre de vie na França, uma linha de pensamento que introduziu a noção de “possibilismo” na Geografia humana, na qual o papel do homem é modelar, através da ação, o espaço e a vida, criando, assim, seu genre de vie.

  • Um “genre de vie” constituído implica uma ação metódica e contínua, portanto muito forte, sobre a natureza, ou, para falar nos termos da geografia, na fisionomia das regiões.
  • Sem dúvida, a ação do homem se faz sentir em seu “meio ambiente”, desde o dia em que sua mão se armou com ferramentas; poder-se-ia dizer que, desde os primórdios da civilização, essa ação não tem sido negligenciável (Vidal de la Blache, 1911, p.194) 3 3 “Un genre de vie constitué implique une action méthodique et continue, partant très forte, sur la nature, ou, pour parler en géographe, sur la physionomie des contrées.

Sans doute, l’action de l’homme s’est fait sentir sur son « environnement » dès le jour où sa main est armée d’un instrument ; on peut dire que, dès les premiers débuts des civilisations, cette action n’a pas été négligeable” (Vidal de la Blache, 1911, p.194).

  • Outro autor notório na discussão de genre de vie é Maximilien Sorré (1948), que, 37 anos após o artigo de Vidal, procurou reeditar o termo.
  • Sua obra que demonstra a “nécessité d’humaniser la géographie humaine” (Sorré, 1958, p.61), para muitos, como Allix (1958), trouxe um novo diálogo entre a Geografia e a Sociologia.

Para Sorré (1948), o genre de vie está intimamente ligado ao milieu. No entanto, o autor não crê no determinismo geográfico, alinhando-se à perspectiva vidaliana nesse ponto. Para Sorré (1948, 1958), o social e o geográfico são interdependentes, tal qual o genre de vie e o milieu.

Não obstante, há ainda no francês o termo mode de vie, utilizado por autores como Foucault (1981), que foi traduzido para o português como modo de vida. O autor procura mostrar que o mode de vie pode ser partilhado por pessoas de diferentes idades, status quo e atividades sociais, envolvendo relações entre indivíduos, subsidiadas por uma cultura e uma ética.

Um modo de vida pode ser partilhado por indivíduos de idade, estatuto e atividade sociais diferentes. Pode dar lugar a relações intensas que não se pareçam com nenhuma daquelas que são institucionalizadas e me parece que um modo de vida pode dar lugar a uma cultura e a uma ética 4 4 Dentro dessa perspectiva o conceito de “modo de vida” poderia se aproximar da concepção de “visão social de mundo” apresentada por Michael Lowy, no sentido de ser típica de uma época e não de um grupo social específico, ou mesmo de “estilo de pensamento” de Manheim, os quais descreveriam diferentes modos de olhar as coisas.

  1. Estes estariam para além das próprias diferenças de classes sociais.
  2. Foucault, 1981 21 FOUCAULT, M.
  3. De l’amitié comme mode de vie (entrevista concedida a R.
  4. De Ceccaty, J.
  5. Danet e J.
  6. Le Bitoux), Gai Pied, no 25, abril 1981, pp.38-39.
  7. Reproduzida no site http://1libertaire.free.fr/MFoucault174.html.
  8. Traduzida para o português por Wanderson Flor do Nascimento como “Da amizade como modo de vida”.

Disponível em: http://portalgens.com.br/portal/images/stories/pdf/amizade.pdf. http://1libertaire.free.fr/MFoucault174., tradução de W.Nascimento, p.3). Novamente, o diferencial entre estilo e modo de vida evidencia-se dentro da literatura acadêmica visto que o modo de vida se mostra mais vinculado a parâmetros culturais estabelecidos face ao meio social em que se vive, e o conceito de estilo de vida vincula-se à demarcação de diferenças e hierarquias subliminares entre indivíduos de camadas sociais diferentes.

  • O termo mode de vie também foi utilizado na tradução da obra do alemão radicado nos Estados Unidos, Louis Wirth (1938), intitulada Urbanism as a way of life, em francês publicado sob o título de Le phénomène urbain comme mode de vie.
  • No entanto, o mesmo estudo foi publicado na Alemanha em 1974, na língua materna de Wirth, sob o título de Urbanität als lebensform, última palavra cuja tradução literal para o francês seria forme de vie (Wirth, 1974) 5 5 Na língua inglesa também encontramos uma Babel de termos correlatos traduzidos para o português, como modo de vida, cabendo citar, principalmente, mode of life, way of life, style of life e livelihoods.

Wirth (1938), um dos principais autores da Escola de Chicago, em seu célebre estudo no qual desenvolveu a “teoria do urbanismo” (Wirth, 2005), incluiu em seu título way of life. No entanto, em praticamente todo seu estudo, o autor utilizou o termo mode of life.

De fato, além do título, o autor somente utilizou o termo way of life mais uma vez em seu estudo e de forma intercambiável com mode of life, procurando associar o termo a ideias e práticas coletivas. A característica distintiva do mode of living do homem na era moderna é sua concentração em agregações gigantescas, em torno das quais concentram-se núcleos menores, e das quais irradiam as ideias e práticas que chamamos de civilização ( Wirth, 1938 70 WIRTH, L.

Urbanism as a Way of Life. The American Journal of Sociology, v.44, n.1, p.1-24, 1938., p.2) 6 6 “The distinctive feature of the mode of living of man in the modern age is his concentration into gigantic aggregations around which cluster lesser centers and from which radiate the ideas and practices that we call civilization” (Wirth, 1938, p.2).

  • Nas traduções em língua portuguesa, o mode of life /way of life de Wirth assume as formas de: modo de vida ( Veiga, 2004 66 VEIGA, J. da.
  • A atualidade da contradição urbano-rural.
  • Análise territorial da Bahia Rural, SEI, Série Estudos e Pesquisas, n.71, p.1-22, 2004.
  • Velho, 1994 67 VELHO, G.
  • Projeto e metamorfose: antropologia das sociedades complexas.

São Paulo: Zahar, 1994.), estilo de vida ( Barreto, 1987 3 BARRETO, M. Algumas reflexões sobre estilo de vida urbano. Perspectivas: Revista de Ciências Sociais, v.9, n.10, p.169-176, 1987.) e forma de vida ( Maldonado, 2013 38 MALDONADO, J.L. Segregação social e mercados habitacionais nas grandes cidades.

Revista Continentes, v.2, n.3, p.73-97, 2013. ; Narita, 2013 44 NARITA, F. Passagens sobre o moderno na cidade de Georg Simmel. Revista Espaço Acadêmico, n.148, p.85-96, 2013.), mostrando que ainda não há consenso sobre qual a melhor grafia portuguesa deste constructo. O termo lifestyle é bastante conhecido na literatura sociológica, médica e mercadológica, nas quais é amplamente utilizado.

Nos estudos de marketing, o termo é empregado desde 1964, ocasião em que Lazer (1964) o definiu como atividades, interesses e opiniões. No campo mercadológico, o conceito evoluiu, sendo definido por Brunsø, Scholderer e Grunert (2004) como um sistema de intervenção das estruturas cognitivas que apontam para percepções de produtos em situações específicas para incrementar categorias cognitivas e, finalmente, valores pessoais (Brunso; Scholderer; Grunert, 2004) 7 7 “Lifestyle is then defined as an intervening system of cognitive structures that link situation-specific product perceptions to increasingly abstract cognitive categories and finally to personal values” (Brunsø; Scholderer; Grunert, 2004, p.665).

Já nos estudos sobre saúde, o lifestyle começou a ser usado na década de 1930, pelo psicólogo austríaco Alfred Adler, que descreveu o “lifestyle” como um mecanismo de defesa: um padrão de comportamento adotado em uma idade precoce para disfarçar uma fraqueza física ou uma inferioridade ( Hayward, 2004 32 HAYWARD, R.

Historical keywords: lifestyle. Lancet, v.364, n.9433, p.364-495, 2004.) 8 8 “Adler saw lifestyle as a defense mechanism: a pattern of behavior adopted at an early age to disguise physical weaknesses or inferiorities” (Hayward, 2004, p.364). Assim como nos estudos mercadológicos, o conceito de lifestyle evoluiu nos estudos médicos, chegando a ser tratado por Hayward (2004) como o coração da Medicina moderna.

  1. O termo tem sido associado a causas de doenças e já é tratado pelos estudiosos da saúde como fim e não mais como meio.
  2. Pronk, Kottke e Isham (2013) definem lifestyle, na Medicina, como os comportamentos individuais que promovem, ou não, a saúde e o bem estar.
  3. No campo da Medicina, predominam os autores que tratam o lifestyle como um remédio, que pode ser utilizado pelo indivíduo ou pelo poder público para promover hábitos saudáveis.

Conceitualizamos a medicina do estilo de vida (lifestyle) como tendo dois componentes principais: um aborda os comportamentos de pacientes individuais para melhorar sua saúde e bem estar e o outro trata das políticas sociais que impactam a saúde de populações e promovem esforços para melhorar a saúde de todos os indivíduos de uma população ( Pronk; Kottke; Isham, 2013 53 PRONK, N.P.; KOTTKE, T.E.; ISHAM, G.J.

  1. Leveraging lifestyle medicine and social policy to extend the triple aim from the clinic into the community.
  2. American Journal of Lifestyle Medicine, v.7, n.6, p.360-366, abr.2013.).9 9 We conceptualize lifestyle medicine as having two major components: One addresses the behaviors of individual patients to improve their health and well-being and the other addresses social policies that affect the health of populations and support the efforts to improve the health of all individuals within the broader population (Pronk; Kottke; Isham, 2013, p.362).

No campo sociológico, o lifestyle é trabalhado há mais tempo do que na saúde e no marketing ( Finotti, 2004 20 FINOTTI, M.A. Estilos de vida: uma contribuição ao estudo da segmentação de mercado. São Paulo: Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, 2004.).

  1. O termo lifestyle vem sendo empregado em estudos sociológicos desde seu início, segundo Sobel (1981) que, por sua vez, defendia que o lifestyle seria distinto do mode of living, ainda que reconhecível nele.
  2. A grande maioria dos sociólogos irá concordar que “lifestyle” pode ser definido como um distinto, portanto, reconhecível, “mode of living” (Sobel, 1981) 10 10 Almost all sociologists will agree that lifestyle may be defined as “a distinctive, hence recognizable, mode of living” (Sobel, 1981, p.28),

Na década de 1990, o constructo lifestyle passou a ser mais fortemente utilizado em outras áreas, com uma forte ligação com a teoria da ecologia profunda, promovida, principalmente, por Arne Næss (1974; 1989). Næss, que é norueguês, editou em inglês a obra Ecology, community and lifestyle em cujo prefácio afirma ter baseado o livro em seu estudo norueguês intitulado Økologi, samfunnoglivsstil: utkast til enokosofi.

  • Sua definição do termo lifestyle tem um cunho individualista, tratando do modo como vivemos e consumimos no nosso cotidiano.
  • Percebe-se, assim, que o termo lifestyle vem sendo utilizado em vários campos com significados diversos.
  • Para Jensen (2007), lifestyle é frequentemente utilizado sem qualquer definição prévia.

O autor argumenta que, pelo fato de o conceito ser essencialmente transdisciplinar, cada disciplina científica adotou um significado distinto para lifestyle. Apesar de reconhecer a complexidade do desafio, Jensen (2007) apresenta uma definição para lifestyle.

Um lifestyle é um padrão de atos repetitivos, que são dinâmicos e em algum grau indiscerníveis para o indivíduo, e que envolvem o uso de artefatos. Esse lifestyle é baseado em crenças sobre o mundo, e sua continuidade no tempo que é guiada por propósitos de alcançar metas ou submetas desejadas. Em outras palavras, um lifestyle é um conjunto de hábitos dirigidos por uma mesma meta principal (Jensen, 2007) 11 11 “A lifestyle is a pattern of repeated acts that are both dynamic and to some degree hidden to the individual, and they involve the use of artefacts.

This lifestyle is founded on beliefs about the world, and its constancy over time is led by intentions to attain goals or sub-goals that are desired. In other words, a lifestyle is a set of habits that are directed by the same main goal” (Jensen, 2007, p.216).

  • Na língua portuguesa, lifestyle apresenta as mais diversas traduções: estilo de vida ( Gonçalves; Carvalho, 2007 27 GONÇALVES, A.; CARVALHO, G.
  • Diferenças de estilos de vida entre populações jovens de meio rural (Boticas) e de meio urbano (Braga).
  • Braga: Universidade do Minho, Instituto de Estudos da Criança, 2007.), modo de vida ( Nascimento et al., 2013 45 NASCIMENTO, F.

et al. Variáveis evidenciadoras dos processos de transformação do campo: o caso do Espírito Santo-Brasil. Mundo Agrário, v.13, n.26, p.1-4, 2013. ; Pignatti; Castro, 2008 52 PIGNATTI, M.G.; CASTRO, S.P. A fragilidade/resistência da vida humana em comunidades rurais do Pantanal Mato-Grossense, MT, Brasil.

Ciência e Saúde Coletiva, v.13, n.1, p.83-94, 2008. ; Seabra, 2011 59 SEABRA, O.C. de L. Territórios do uso: cotidiano e modo de vida. Cidades, v.1, n.2, p.181-206, 2011.) e meios de vida ( Freitas et al., 2013 22 FREITAS, G.F. de et al. As transformações socioculturais acarretadas pelo reassentamento de famílias atingidas pela Barragem de Irapé no Vale do Jequitinhonha.

Caminhos de Geografia, v.14, n.18, p.38-47, 2013.). Essa diferenciação na tradução de lifestyle deixa ainda mais complexa a discussão sobre o termo. Há, ainda, na língua inglesa, o termo livelihood que também aparece em português como modo de vida ( Peñafiel, 2006 49 PEÑAFIEL, A.P.P.

Modos de vida e heterogeneidade das estratégias de produtores familiares de pêssego da região de Pelotas. Porto Alegre: UFRGS/PGDR, 2006. ; Schneider; Tartaruga, 2004 57 SCHNEIDER, S.; TARTARUGA, I. Território e abordagem territorial: das referências cognitivas aos aportes aplicados à análise dos processos sociais rurais.

Revista de Ciências Sociais. Raízes, v.23, n.1, p.99-116, 2004.), meios de vida ( Niederle; Wesz Junior, 2009 47 NIEDERLE, P.; JUNIOR, V. A agroindústria familiar na região Missões: construção de autonomia e diversificação dos meios de vida. Redes, v.14, n.3, p.75-102, 2009.), subsistência ( Santos, 2001 56 SANTOS, G.M.

  1. Seara de homens e deuses: uma etnografia dos modos de subsistencia dos Enawene-Nawe.
  2. São Paulo: Biblioteca Digital da Unicamp, 2001.), formas de vivência ( Navarro, 2001 46 NAVARRO, Z.
  3. Desenvolvimento rural no Brasil e os limites do passado.
  4. Estudos Avançados, v.15, n.43, p.83-100, 2001.).
  5. Chambers e Conway (1992) definiram livelihood sobre o tripé: capacidades, atividades e ativos (incluindo recursos materiais e sociais), que podem ser entendidos como os meios de ganho de vida.

“A livelihood in its simplest sense is a means of gaining a living” (Chambers; Conway, 1992, p.5). Sob essa visão, os autores procuram compreender, em seu estudo, os rural livelihoods. Para tanto, enumeram determinantes dos livelihoods, tais como fatores sociais, econômicos e ecológicos ambientais.

Scoones (1998) também faz reflexões sobre o conceito livelihoods, referenciando o artigo de Chambers e Conway (1992) como tendo um papel influente sobre o tema. Nas suas ponderações, Scoones mostra a interdisciplinaridade do tema e o seu vasto uso em estudos sobre meio ambiente e microeconomia. Ele argumenta que o conceito é complexo e maleável e que isso auxilia nas múltiplas interpretações sobre o termo.

O problema é que a análise dos livelihoods pode ser feita para servir a múltiplos propósitos e fins. Como um conceito maleável que abre essa rica diversidade de descrições empíricas, ele igualmente pode ser esmagado pelo instrumentalismo estreito dos marcos e formatos de planejamento, ou ser implantado por compromissos políticos vinculados à reforma neoliberal dos últimos anos (Scoones, 1998).12 12 “The problem is that livelihoods analysis can be made to serve multiple purposes and ends.

As a malleable concept which opens up such rich diversity in empirical description, it can equally be squashed down into the narrow instrumentalism of log- frames and planning formats, or get deployed by particular political commitments, dominated in recent years by neo-liberal reform” (Scoones, 1998, p.185).

Scoones (1998, p.175) adota a conceituação elaborada por Chambers e Conway (1992) e apresenta a seguinte definição: “Um meio de vida compreende as capacidades, ativos (incluindo tanto os recursos materiais e sociais), bem como as atividades desenvolvidas como forma de subsistência” 13 13 No original: “A livelihood comprises the capabilities, assets (including both material and social resources) and activities for a means of living”.

  • Outro importante autor que se preocupa com o rural livelihood é Ellis (1999), defensor do tripé “ativos/processos/atividades”.14 14 No original, “assets/processes/activities”.
  • O autor especifica, a partir da definição de livelihood de Scoones (1998), as características relativas aos ativos (assets), as quais incluem, além do capital material e social, o capital humano (escolaridade, habilidades e saúde dos habitantes), o capital financeiro e os seus substitutos (créditos, poupanças etc.) e o capital natural (recursos naturais).

O presente estudo foi realizado a partir de pesquisas em periódicos indexados e livros publicados no período de 1938 a 2013. Foram selecionados 38 artigos que abordaram, ainda que parcialmente, o termo modo de vida ou seus correlatos. Esses artigos foram eleitos de forma a procurar diversificar ao máximo as traduções e as relações entre os termos ligados a modo de vida.

Uma vez selecionados, através da metodologia das redes sociais, criou-se uma rede na qual foram apresentadas as relações entre os termos ligados a modo de vida. As redes sociais, segundo Zampier (2007), surgiram na década de 1930, com os estudos do antropólogo social inglês Radcliffe-Brown, que buscava uma forma que diagramar a estrutura social.

No entanto, esse pioneirismo foi contestado, como afirmou Mizruchi (2006), mostrando as correntes que acreditam que o primeiro estudo sobre redes foi de J.L. Moreno. Também foram apontados como propulsores dessa abordagem os antropólogos John Barnes, Elizabeth Bott e J.

Clyde Mitchell e há, ainda, apontamentos que consideram esse tipo de análise um possível apêndice do estruturalismo de Lévi-Strauss. Apesar da controversa origem da abordagem de redes, essa foi amplamente difundida e laureada na academia, inclusive sendo usada por autores de relevância no campo da sociologia econômica, como o ganhador do prêmio Nobel, Mark Granovetter (1973).

Com base em seu estudo sobre a força dos vínculos fracos, pode-se esperar que, mesmo havendo divergências, o estado da arte sobre o tema do modo de vida poderia ser forte se houvesse ligações fracas entre aqueles que a estudam. Havendo redes densas, ou seja, amplamente integradas, essa literatura poderia ser considerada forte.

Tomando a análise de rede como uma ferramenta metodológica, apesar de haver discussão sobre se há espaço para compreendê-la como categoria teórica ( Rivoir, 1999 55 RIVOIR, A. Redes Sociales: ¿instrumento metodológico o categoría sociológica? Revista de Ciencias Sociales, v.15, n.1, p.49-58, 1999.), elaborou-se uma rede na qual os termos de diversos idiomas ligados a modo de vida compunham os nós.

Os arcos do grafo apresentado na Figura 1, que realizaram as conexões na rede, são os artigos que usam os termos como equivalentes. No campo terminológico, existem basicamente duas grandes escolas com visões distintas sobre a compreensão do termo: a Escola Clássica, de Viena; e a Canadense.

A primeira defende a separação entre “termos técnicos” e signos linguísticos – para a Escola Clássica, os termos são palavras “comuns”, construídas de forma objetiva para a concepção de um termo, assim, possuiriam “monossignificação”. Já a Escola Canadense entende que o termo pode se comportar de forma polissêmica.

Um termo, nessa visão, é visto como um signo linguístico, no qual são ativados simultaneamente vários significados conhecidos acerca do significante ( Cabré, 2005 9 CABRÉ, M.T. La Terminología, una disciplina en evolución: pasado, presente y algunos elementos de futuro.

Debate Terminológico, v.12, n.1, p.411-415, 2005. ; Bevilacqua, Finatto, Reuillard, 2009 4 BEVILACQUA, C.R.; FINATTO, M.J.B.; REUILLARD, P.C.R. Glossário de gestão ambiental: estabelecimento de equivalentes em alemão, espanhol e francês. Tradução & Comunicação Revista Brasileira de Tradutores, v.1, n.19, p.61-72, 2009.).

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Neste estudo, adotamos a concepção de “termo” da Escola Canadense. Essa escolha metodologia é adequada, aqui, dado compreendermos o termo de maneira polissêmica, como demonstrado no grafo da Figura 1, onde termos distintos, em um mesmo idioma, são usados como equivalentes.

Na tradução, também foi observado que um conceito não se equivale a um termo. A tradução consiste em transpor um texto da língua de origem para um texto equivalente na língua para a qual o texto é traduzido. Essa tarefa, porém, não se limita a utilização de “palavras” – as distinções semânticas e estruturais entre várias línguas não permitem que a tradução carregue todos os significados e nuances existentes no texto de origem.

No exemplo estudado, a palavra em inglês livelihood não apresenta uma palavra única equivalente em português, contudo, o termo livelihood possui equivalência, ou seja, termos que compartilham o mesmo conceito, com outros termos lusófonos, na visão dos artigos estudados.

  • O tradutor, dessa forma, tem a função de buscar uma construção linguística que mais se aproxime do sentido original.
  • Podemos dizer que a tradução é uma tarefa baseada na confiança de que o tradutor produzirá o texto traduzido com o sentido o mais próximo possível do original.
  • Assim sendo, os termos traduzidos podem carregar consigo uma carga polissêmica (Hurtado Albir, 2001; Gémar, 1998 24 GÉMAR, J.

Les enjeux de la traduction juridique. Principes et nuances. Traduction de textes juridiques: problèmes et méthodes. Équivalences. Anais. Berna: Séminaire ASTTI, 1998.). Os resultados da pesquisa apontaram a existência de uma rede densa ligando diretamente o termo modo de vida com os seus “sinônimos”, exceto com os termos: formas de vivência, subsistência e meios de vida, utilizados em português.

Contudo, mesmo essas exceções fazem referência a modo de vida. De fato, apesar da profusão de termos, é possível visualizar a centralidade do termo modo de vida face aos outros termos. Pode-se observar, na Figura 1, que na língua francesa os termos “modo de vida”, “estilo de vida” e “gênero de vida” não são utilizados como sinônimo, apresentando especificidades conceituais que os delimitam dentro de campos semânticos específicos.

Na língua inglesa, o termo livelihood também não apresenta relação direta com nenhum dos outros termos utilizados. Já em português, o termo livelihood aparece traduzido tanto como modo de vida quanto por meios de vida, apontando para uma imprecisão conceitual desse constructo.

Figura 1 Rede de utilização dos termos ligados ao modo de vida Essas imprecisões aparecem no significado atribuído a modo de vida – há certa convergência em seu entendimento ora como cultura, ora como cotidiano, ora como adaptação dos meios de produção à natureza. Nota-se, assim, que não há precisão em sua aplicação.

Da mesma forma, a tradução de termos distintos como genre de vie e style de vie como sinônimos de “modo de vida” em português torna impreciso o uso do conceito. O termo genre de vie remete a école française de géographie, que possui expoentes como Vidal de la Blache (1911) e Sorré (1948 61 SORRÉ, M.

La notion de genre de vie et sa valeur actuelle. Annales de Géographie, v.57, n.306, p.97-108, 1948.). Esse termo corresponde, na literatura francesa, à ideia de que o homem está intrinsecamente ligado a seu ambiente, ao milieu, e isso molda sua socialização. Já o termo style de vie está ligado à sociologia francesa, tendo como destaque Bourdieu, que o utiliza para expressar as diferenças dos anseios de indivíduos de diferentes classes.

Já mode de vie deriva de uma visão foucautiana e é caracterizado por uma perspectiva culturalista relativa ao espírito de uma época, sendo, portanto, maior que as diferenças entre pessoas de classes e profissões diferentes. Assim, as traduções dos termos “mode de vie”, “style de vie” e “genre de vie” para o português como sinônimos faz com que o seu conteúdo semântico se misture.

Já o termo lifestyle nos estudos anglo-saxônicos tem sido empregue entre os pesquisadores do campo da saúde e da ecologia, enquanto way of life e mode of life, utilizados como equivalentes por Wirth (1938 70 WIRTH, L. Urbanism as a Way of Life. The American Journal of Sociology, v.44, n.1, p.1-24, 1938.), caracterizam-se por uma perspectiva culturalista, próxima da ideia foucautiana de mode de vie.

O termo livelihood é recorrente em estudos sociológicos, sendo utilizado reportando-se à ideia de meios utilizados para garantir a sobrevivência. Assim, da mesma forma que as especificidades dos termos apontados na literatura francesa, também na literatura anglo-saxônica os vários termos utilizados como sinônimos de “modo de vida” em português apresentam especificidades conceituais, fazendo com que o texto em língua portuguesa não corresponda à ideia concebida em sua língua original.

  1. Ainda é muito comum observar-se, em pesquisas na área de Ciências Humanas, a utilização pouco criteriosa de categorias analíticas que não são definidas, como se o significado a elas atribuído fosse óbvio.
  2. Assim é com “modo de vida”, “estilo de vida” e “meios de vida”.
  3. Todavia, por detrás desses termos, escondem-se concepções teóricas de diferentes matizes, levando a uma imprecisão no uso dos mesmos.

Dessa forma, este artigo chamou a atenção, de forma específica, para a necessidade de definir de forma clara a concepção teórica relativa ao termo “modo de vida”, enfatizando a necessidade de que o termo não seja utilizado como sinônimo de “estilo de vida”, nem de “meios de vida”.

Ainda que assumamos que o termo é um signo linguístico dotado de polissemia, o uso de diversos termos para um mesmo conceito dificulta o desenvolvimento de seu estado da arte. De igual forma, a tradução de termos distintos, como o genre de vie, mode de vie e o style de vie, por um mesmo termo em português pode gerar um viés, dado que os termos, em sua origem têm significados e abordagens distintos, não sendo, assim, equivalentes.

A ausência de equivalência de termos nas traduções, apontada pelo estudo de redes, faz com que a literatura sobre o tema use de forma, se não errônea, no mínimo truncada o constructo modo de vida. Defende-se nesse artigo que o termo modo de vida seja empregado como o equivalente de mode de vie.

  • A tradução de termos de língua inglesa apresenta problemas semelhantes à tradução francês/português.
  • Os termos lifestyle, livelihood, way of life e mode of life, possuem autores, como demonstrado no grafo elaborado pelo artigo, que os compreendem como equivalente ao termo modo de vida.
  • Entretanto, os termos ingleses são dotados de concepções incompatíveis entre si, gerando dubiedades no uso do termo português modo de vida.

Dada a equivalência do way of life e do mode of life ao termo francês mode de vie, esses possuem melhor correspondência ao termo modo de vida. Por fim, futuros estudos deverão procurar formas de contornar esses contratempos linguísticos e reforçar o debate para que se torne mais palatável o uso do termo modo de vida.

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Publicação nesta coleção May-Aug 2017

Recebido 30 Jun 2016 Aceito 24 Ago 2016

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O que é meia-vida e vida média?

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O tempo de vida de um átomo de um radioisótopo não é o mesmo que o tempo de vida de outro átomo do mesmo radioisótopo. Por isso define-se como vida-média de um radioisótopo, a média aritmética do tempo de vida de todos os átomos de uma determinada massa deste isótopo.

  1. Como consequência, a vida-media é o tempo médio que um isótopo instável leva para decair ou desintegrar.
  2. Não confundir com meia-vida, que é o tempo necessário para que caia pela metade, por desintegração, uma determinada massa de um radioisótopo.
  3. Como a probabilidade de um átomo sofrer desintegração é proporcional à quantidade total de átomos que restam, os átomos demoram mais tempo para desintegrar a medida que diminui o número de átomos residuais.

Como consequência, o período de tempo da vida-média é superior a da meia-vida. A meia-vida do carbono -14 é de aproximadamente 5.730 anos enquanto que a sua vida-média é de aproximadamente 8.200 anos. O cálculo da vida média a partir da meia-vida pode ser dado pela seguinte equação: Onde: = Meia Vida = Vida Média = Logaritmo natural de base e de 2 = 0,693

O que é meia-vida exemplo?

Ele é o tempo necessário para que metade da quantidade de átomos do elemento radioativo de uma amostra decaia. Por exemplo, se há 10 átomos radioativos em uma amostra, o tempo de meia vida será o tempo decorrido até que 5 átomos tenham decaído.

Quais são os tipos de meia-vida?

Graduação em Química (Centro Universitário Franciscano, UNIFRA, 2014) Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Os estudos relacionados aos compostos radioativos são alvo de estudo desde muito tempo e algo extremamente importante é o período de meia vida dos mesmos.

Cada elemento possui um período de meia vida específico, sendo que seu poder radioativo vai reduzindo ao passar do tempo através da desintegração desse átomo o que chamamos de decaimento radioativo, Porém devemos considerar que esse átomo nunca sumirá e nem sua radiação será zero. O conceito de meia vida trata especificamente do tempo necessário para a atividade de um elemento radioativo ser reduzida a metade.

Um bom exemplo para esse conceito é a datação de fósseis onde é utilizada a datação por carbono-14 como parâmetro de comparação. A fórmula para cálculo do decaimento é a seguinte: Onde M é massa após alguns números de meia vida, m 0 a massa inicial da amostra e n é o número de meia vidas. Pelo fato de o número de meia vidas ser exponencial o processo se torna praticamente infinito. A meia vida pode ser classificada como biológica e efetiva.

Urânio -238: possui tempo de ½ vida de 5.000.000.000 anos; Carbono -14: possui tempo de ½ vida de 5.730 anos; Césio -137: possui tempo de ½ vida de 30 anos; Tório -232: possui tempo de ½ vida de 14,05 bilhões de anos; Polônio -209: possui tempo de ½ vida de 103 anos.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/quimica/periodo-de-meia-vida/

Qual é o tempo de meia vida do carbono-14?

Como a meia-vida do carbono 14 é de 5.700 anos, ela só é confiável para datar objetos de até 60 mil anos. No entanto, o princípio usado na datação por carbono 14 também se aplica a outros isótopos. O potássio 40 é outro elemento radioativo encontrado naturalmente em seu corpo e tem meia-vida de 1,3 bilhões de anos.

O que é a meia-vida de um elemento?

Meia-vida de elementos radioativos e a matemática – Mundo Educação Sempre procuramos saber onde iremos aplicar aquilo que estudamos em sala de aula para que o que foi aprendido tenha alguma significação, seja útil em nossas relações cotidianas. As disciplinas de física, química e biologia são algumas áreas de aplicação da matemática, mas podemos vê-la sendo aplicada em todos os momentos de nossa vida e nas mais variadas profissões.

  • A criação de modelos matemáticos para representar e explicar o comportamento de algum fenômeno físico, químico, biológico ou até social é uma forma de melhor compreender os objetos em estudo.
  • Diante disso, vamos analisar uma aplicação da matemática na química, mais precisamente o uso de funções exponenciais no estudo de materiais radioativos.
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A humanidade sempre conviveu com a radioatividade, quer seja de origem natural ou induzida. Isso mesmo, além da radioatividade produzida pelo próprio homem, há aquela que surge diretamente da natureza. Até mesmo em vegetais pode ser detectada a radioatividade.

  • Esse fenômeno consiste basicamente em: se um átomo tiver seu núcleo muito energético ele tende a se estabilizar, liberando o excesso de energia em forma de partículas e ondas.
  • As partículas liberadas são conhecidas como radiações alfa e beta; as ondas eletromagnéticas são denominadas de raios gamas.
  • Meia-vida é o tempo necessário para que a atividade radioativa de um elemento seja reduzida pela metade.

Após o primeiro período de meia-vida de um elemento, apenas metade de seus átomos apresentam radioatividade. Após o segundo período, apenas ¼ dos átomos. Apenas 1/8 dos átomos apresentarão radioatividade após o terceiro período de meia-vida, e assim por diante.

Observe que esse fenômeno (meia-vida) característico de elementos radioativos apresenta o comportamento de uma função exponencial. Vamos analisar com mais cuidado para melhor compreensão. Imagine que determinado elemento possua x átomos com atividade radioativa. Após o primeiro período de meia-vida, o número de átomos radioativos será de x/2.

Em seguida, após o terceiro período de meia-vida, o número de átomos será de x/4 e x/8 após o quarto período. Analisando a sequência: x, x/2, x/4, x/8. Podemos concluir que o termo geral é da forma: Não pare agora. Tem mais depois da publicidade 😉 Onde, n → é o número de átomos radioativos após um período de meia-vida. x → é o número inicial de átomos radioativos do elemento. t → é o período de meia-vida. Exemplo: Um elemento químico radioativo possui hoje 64 átomos radioativos. Sabendo que seu período de meia-vida é de 15 dias, quantos átomos radioativos ele terá no final de 3 meses? Solução: Temos que 3 meses = 90 dias = 6 x 15 dias = 6 períodos de meia-vida. Portanto t = 6. O número de átomos radioativos hoje é de 64, portanto x = 64. Aplicando a expressão citada anteriormente, teremos: Assim, podemos concluir que ao final de 3 meses esse elemento químico terá apenas 1 átomo radioativo. Por Marcelo Rigonatto Especialista em Estatística e Modelagem Matemática : Meia-vida de elementos radioativos e a matemática – Mundo Educação

O que significa meia-vida na química?

Meia-vida dos elementos radioativos. Meia-vida — radioatividade Os núcleos instáveis dos isótopos radioativos emitem partículas alfa ( 4 2 α 2+ ) e beta ( 0 -1 β), resultando em outros núcleos, também instáveis, que realizam emissões radioativas — processo que continua até que se produza um isótopo estável do chumbo ( 82 206 Pb). Série de desintegração radioativa do tório Dessa forma, podemos afirmar que todos os elementos radioativos vão se desintegrando com o passar do tempo. Mas quanto tempo leva para que um isótopo radioativo desintegre-se completamente? Para responder a questões como essa é que surgiu o conceito de meia-vida ou período de semidesintegração, geralmente simbolizado por P ou por t½,

  • A meia-vida corresponde ao tempo necessário para que metade dos núcleos radioativos desintegre-se, ou seja, é o tempo que leva para uma amostra radioativa reduzir-se à metade.
  • Digamos, por exemplo, que temos uma amostra de 16 g de 15 32 P.
  • Depois de 14 dias, a massa dessa amostra passou para 8 g (metade de 16).

Assim sendo, a meia-vida desse isótopo radioativo é de 14 dias. Observe como isso ocorre a seguir: 16g → 8g → 4g → 2g → 1g → 0,5g → 0,25g →,14 dias 14 dias 14 dias 14 dias 14 dias 14 dias 14 dias Gráfico de curva de decaimento do fósforo-32 A meia-vida vale não só para a redução do número de mol do isótopo radioativo, mas também para o número de átomos. Além disso, esse período de semidesintegração varia para cada elemento, podendo ir desde frações de segundos até bilhões de anos. Veja alguns exemplos na tabela a seguir: Não pare agora. Tem mais depois da publicidade 😉 Tabela com a meia-vida de alguns radioisótopos Visto que o decaimento radioativo é um processo que envolve apenas o núcleo atômico, a meia-vida não varia com a pressão ou com a temperatura e nem depende da quantidade inicial da amostra. Essa grandeza pode ser usada para determinar a idade de fósseis vegetais e animais, de rochas e até da Terra.

  • Isso é feito, por exemplo, por meio da datação com carbono-14,
  • Esse isótopo radioativo está presente nos organismos e na Terra em uma concentração constante de 10 ppb, ou seja, em cada bilhão de átomos, existem 10 átomos de carbono-14.
  • Os animais, pessoas e vegetais absorvem esse radioisótopo ao longo de suas vidas, parando de absorvê-lo somente quando morrem e esse radioisótopo começa a desintegrar-se.

Visto que o período de meia-vida do carbono-14 é de 5730 anos, é possível medir a concentração de carbono-14 no fóssil e determinar a sua idade. Por exemplo, digamos que um fóssil animal foi analisado e determinou-se que ele apresenta um teor de carbono-14 igual a 1,25 ppb.

100% → 50% → 25% → 12,5% 5730 anos 5730 anos 5730 anos ou10 ppb → 5 ppb → 2,5 ppb → 1,25 ppb 5730 anos 5730 anos 5730 anos 5730 anos,3 = 17 190 anosPortanto, essa é a idade do fóssil! Por Jennifer Fogaça Graduada em Química

Por Jennifer Rocha Vargas Fogaça : Meia-vida dos elementos radioativos. Meia-vida — radioatividade

O que é meia-vida de um átomo?

Meia-vida – Wikipédia, a enciclopédia livre

Este artigo ou secção contém, mas as suas fontes não são claras porque não são, o que compromete a das informações. Ajude a este artigo, ( Junho de 2012 )

Nota: Para o uso farmacológico do termo, veja, Decaimento exponencial para diferentes parâmetros A meia-vida () ou semivida () é a quantidade de tempo característica de um, Se a quantidade que decai possui um valor no início do processo, na meia-vida a quantidade terá metade deste valor.

  • Nos processos meia-vida ou período de semidesintegração de um é o tempo necessário para a metade da massa deste isótopo, que pode ocorrer em segundos ou em bilhões de anos, dependendo do grau de instabilidade do radioisótopo.
  • Ou seja, se tivermos 100 de um material, cuja meia-vida é de 100 anos; depois desses 100 anos, teremos 50 kg deste material.

Mais 100 anos e teremos 25 kg, mais 100 anos e teremos 12,5 kg, mais 100 anos 6,25 kg, mais 100 anos 3,125 kg, mais 100 anos 1,5625 kg, mais 100 anos 0,78125 kg e assim sucessivamente. No caso do a meia-vida é de 5.730 anos, ou seja, este é o tempo necessário para uma determinada massa deste isótopo instável decair para a metade da sua massa, transformando-se em -14 pela emissão de uma,

  • Esta medida da meia-vida é utilizada para a datação de e elementos químicos radioativos.
  • Alguns elementos possuem meia-vida muito baixa, mesmo para os seus isótopos menos instáveis.
  • Alguns elementos (elementos com acima de 92) apresentam meias-vidas de 1 segundo enquanto o apresenta meia-vida de aproximadamente 5.000.000.000 anos que é a idade calculada da,

Não confundir com de um radioisótopo, que é o tempo médio que um átomo de um radioisótopo leva para decair ou desintegrar. Meia-vida radiológica diz respeito ao tempo de desintegração de um núcleo atômico instável até sua atividade radiológica atingir a metade, não diz respeito a sua massa, que a exceção das emissoras e a que perdem, as demais transições não alteram significativamente a sua massa.

Qual o tempo de meia vida do césio 137?

Page 2 – Em setembro de 1987 aconteceu o acidente com o Césio-137 (137Cs) em Goiânia, capital do Estado de Goiás, Brasil. O manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, gerou um acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas.

  1. A fonte, com radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci) continha cloreto de césio, composto químico de alta solubilidade.
  2. O 137Cs, isótopo radioativo artificial do Césio tem comportamento, no ambiente, semelhante ao do potássio e outros metais alcalinos, podendo ser concentrado em animais e plantas.
  3. Sua meia-vida física é de cerca de 33 anos.Com a violação do equipamento, foram espalhados no meio ambiente vários fragmentos de 137Cs, na forma de pó azul brilhante, provocando a contaminação de diversos locais, especificamente naqueles onde houve manipulação do material e para onde foram levadas as várias partes do aparelho de radioterapia.

Por conter chumbo, material de relativo valor financeiro, a fonte foi vendida para um depósito de ferro-velho, cujo dono a repassou a outros dois depósitos, além de distribuir os fragmentos do material radioativo a parentes e amigos que por sua vez os levaram para suas casas.

Qual é o tempo de meia vida do cobalto-60?

O Cobalto 60 é um emissor gama, com meia vida longa ( 5,26 anos ) e boa penetração tecidual.

Qual é o maior tempo de meia vida?

Uma equipa de cientistas – incluindo seis investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra – verificou que o isótopo xénon-124 tem uma meia-vida de 18 mil triliões de anos (18.000.000.000.000.000.000.000), ou seja, o tempo necessário para desintegrar metade da sua massa.

  • Publicado na revista científica Nature esta quinta-feira, o xénon-124 torna-se assim o elemento com a meia-vida mais longa já medida até ao momento.
  • Meia-vida não significa que leva muito tempo para se decompor”, esclarece o comunicado da Universidade de Rice (Estados Unidos), que teve cientistas seus a participar neste trabalho, que é capa da Nature,

“O número simplesmente indica quanto tempo, em média, a massa do material radioactivo leva a reduzir-se para metade.” E, no caso do xénon-124, isso acontece em 18 mil triliões de anos, valor a que se chega extrapolando a partir das medições. Como forma de escala, os cientistas comparam a meia-vida deste isótopo com o tempo de vida do próprio Universo – que tem cerca de 14 mil milhões de anos: desta forma, a meia-vida do xénon-124 tem assim um bilião de vezes mais a idade do Universo.

“O facto de conseguirmos medir directamente um processo tão raro quanto este demonstra o alcance do nosso sistema de medida, mesmo que não tenha sido feito para estes eventos, mas sim para matéria escura”, afirma José Matias, coordenador da equipa portuguesa e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, num comunicado da sua instituição.

O sistema a que se refere é a experiência XENON1T, a última de uma série de câmaras concebidas para encontrar a primeira prova de matéria escura. Ainda não é possível prever as implicações desta descoberta, segundo o mesmo comunicado. Capa da Nature sobre o estudo DR “Esta é a meia-vida mais longa que medimos directamente até agora.

O que seria a quantidade de vida?

A quantidade de vida está relacionada ao tempo que o indivíduo gasta percor- rendo a sua trajetória vital. Esta pode ser longa ou curta e está na dependência de um grande número de variáveis.

Quantos tipos de vida existe?

Richard Black Da BBC News

24 agosto 2011 Crédito, PLoS Legenda da foto, A maioria das espécies já catalogadas são terrestres O mundo tem cerca de 8,7 milhões de espécies de seres vivos, segundo uma nova estimativa descrita por cientistas como a mais precisa já feita. O estudo, publicado na revista científica PLoS Biology, observa que a grande maioria dessas espécies ainda não foi identificada e estima que a catalogação de todas elas poderia levar mais de mil anos.

  • Os pesquisadores advertem ainda que muitas das espécies serão extintas antes de poderem ser estudadas.
  • Apesar de o número total de espécies no planeta ser um dado exato para ser buscado, seu cálculo com precisão tem se mostrado complicado.
  • Em um comentário também publicado na PLoS Biology, o ex-presidente da Sociedade Real britânica, Robert May, observa: “É uma indicação notável do narcisismo da humanidade que saibamos que o número de livros na Biblioteca do Congresso americano no dia 1º de fevereiro de 2011 era 22.194.656, mas que não podemos dizer – dentro de uma ordem de magnitude – com quantas espécies de plantas e animais nós divimos o mundo”.

Segundo o novo estudo, porém, essa dúvida está respondida. “Estivemos pensando sobre isso por vários anos, com vários métodos diferentes, mas não tivemos nenhum sucesso. Então essa era basicamente nossa última chance, a última coisa que tentamos, e parece ter funcionado”, disse o pesquisador Derek Tittensor à BBC.

Tittensor, que trabalha para o Centro de Monitoramento e Preservação Mundial do Programa Ambiental da ONU (Unep-WCMC) e para a Microsoft Research, em Cambridge, na Grã-Bretanha, realizou a pesquisa em conjunto com colegas da Universidade Dalhousie, no Canadá, e da Universidade do Havaí, nos Estados Unidos.

Segundo o estudo, a grande maioria das 8,7 milhões de espécies são animais, com números progressivamente menores de fungos, plantas, protozoários (grupos de organismos unicelulares) e cromistas (grupo que inclui algas e outros microorganismos). O número exclui bactérias e outros tipos de microorganismos. Crédito, Team Network Legenda da foto, Sistema de classificação de espécies usado ainda hoje foi criado em 1758 O método que os pesquisadores usaram para calcular o número total de espécies foi analisar a relação entre as espécies e os grupos mais amplos aos quais pertencem.

Em 1758, o biológo sueco Carl Linnaeus desenvolveu um amplo sistema de taxonomia (a ciência de classificação dos seres vivos), que ainda é usado hoje, com poucas modificações. Grupos de espécies mais proximamente relacionadas pertencem ao mesmo gênero, que por sua vez são agrupadas em famílias, depois em ordens, em classes, em filos e, finalmente, em reinos (como o reino animal).

Quanto mais alto se olha nessa árvore hierárquica da vida, mais raras se tornam as novas descobertas – o que é pouco surpreendente, já que a descoberta de uma nova espécie será muito mais comum do que a descoberta de um filo ou de uma classe totalmente nova.

Os pesquisadores quantificaram a relação entre a descoberta de novas espécies e a descoberta de grupos mais amplos como filos ou ordens, e então usaram esse dado para prever quantas espécies existem no mundo. “Descobrimos que, usando números dos grupos taxonômicos mais altos, podemos prever o número de espécies”, disse a pesquisadora Sina Adl, da Universidade Dalhousie.

“Esse método previu com precisão o número de espécies em vários grupos bem estudados como mamíferos, peixes e pássaros, indicando a sua confiabilidade”, disse. Com isso, eles chegaram ao número de 8,7 milhões, com uma margem de erro de um milhão para mais ou para menos.

  • Se isso for correto, então somente 14% das espécies do mundo já foram identificadas – e somente 9% das espécies dos oceanos.
  • O resto será principalmente de organismos menores, e uma grande proporção deles estará em lugares de difícil acesso ou onde é difícil de tomar amostras, como os oceanos profundos”, afirma Tittensor.

“Quando pensamos em espécies, temos a tendência de pensar em mamíferos ou em pássaros, que são bem conhecidos. Mas se você vai a uma floresta tropical, é fácil encontrar novos insetos, e quando vai para o fundo do mar e colhe material, 90% do que você encontra são espécies desconhecidas”, diz.

Quantos tipos de vida?

Existem várias formas de vida, como plantas, animais, fungos, protistas, arqueas e bactérias.

Para que serve a meia-vida?

Os elementos radioativos possuem muitas propriedades e uma delas está demonstrada na imagem acima, a de emitir radiação. Como se vê, o elemento trítio emite uma luz verde bem visível, quando um átomo sofre decaimento ele libera tal energia. A radioatividade nada mais é do que a emissão de partículas que acontece em razão do decaimento.

  1. E decaimento por sua vez é a capacidade de alguns átomos (e seus isótopos) perderem prótons, nêutrons, elétrons e raios gama.
  2. Não é possível ver o momento exato em que um átomo sofre decaimento, pode levar apenas um milésimo de segundo ou se estender a centenas de anos Os cientistas descobriram uma maneira de descobrir a idade de átomos radioativos, é através da chamada “meia vida”.

Eles analisam o tempo necessário para que metade dos átomos numa amostra se desintegre, e neste mesmo tempo metade de outros átomos irão se desintegrar, e assim por diante. A somatória do tempo necessário para que metade dos átomos radioativos se desintegre é o que se conhece por “meia vida”.

A análise meia vida é importante para a manipulação de dejetos radioativos, pois sabendo o tempo de desintegração destes, será possível prever o momento seguro para que tal material seja considerado de baixo risco. Uma amostra só pode ser manipulada quando sua radiação estiver abaixo dos limites de detecção.

Por Líria Alves Graduada em Química

Como calcular taxa de decaimento?

Fórmulas de decaimento radioativo – Esta relação pode ser observada por meio da velocidade de desintegração (V), que expressa a variação da quantidade de átomos radioativos (Δn) em certo intervalo de tempo (Δt). Δn = n f – n o (número de átomos final – número de átomos inicial) Δt = t f – t o (tempo final – tempo inicial). A constante radioativa (C) está relacionada com a quantidade de átomos de um material radioativo e a velocidade de desintegração. V = C, n o onde: V = velocidade média de desintegração C = constante de radioatividade n o = número inicial de átomos em uma amostra radioativa A intensidade radioativa (i) está relacionada à quantidade de partículas alfa e beta emitidas por um isótopo radioativo durante certo tempo.

O que é meia-vida efetiva?

É o tempo necessário para um radionuclídeo em um organismo diminuir sua atividade pela metade como um resultado combinado da eliminação biológica e do decaimento radioativo. A meia-vida efetiva é importante para o cálculo da dose ótima do radiofármaco a ser administrada e no monitoramento da quantidade de exposição à radiação. Portal Anvisa Anexo: Farmacopeia Brasileira 6ª ed., vol.1, 2019

Como funciona a meia-vida de um medicamento?

A meia-vida de eliminação é definida como o tempo durante o qual a concentração do fármaco no plasma diminui para a metade de seu valor original. O conhecimento da meia-vida de eliminação permite calcular a frequência de doses necessária para manter a sua concentração plasmática dentro da faixa terapêutica.

Qual o tempo de meia-vida do césio 137?

Em setembro de 1987 aconteceu o acidente com o Césio-137 (137Cs) em Goiânia, capital do Estado de Goiás, Brasil. O manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, gerou um acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas.

A fonte, com radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci) continha cloreto de césio, composto químico de alta solubilidade. O 137Cs, isótopo radioativo artificial do Césio tem comportamento, no ambiente, semelhante ao do potássio e outros metais alcalinos, podendo ser concentrado em animais e plantas. Sua meia-vida física é de cerca de 33 anos.

Com a violação do equipamento, foram espalhados no meio ambiente vários fragmentos de 137Cs, na forma de pó azul brilhante, provocando a contaminação de diversos locais, especificamente naqueles onde houve manipulação do material e para onde foram levadas as várias partes do aparelho de radioterapia.

Qual o maior tempo de meia-vida?

Uma equipa de cientistas – incluindo seis investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra – verificou que o isótopo xénon-124 tem uma meia-vida de 18 mil triliões de anos (18.000.000.000.000.000.000.000), ou seja, o tempo necessário para desintegrar metade da sua massa.

  • Publicado na revista científica Nature esta quinta-feira, o xénon-124 torna-se assim o elemento com a meia-vida mais longa já medida até ao momento.
  • Meia-vida não significa que leva muito tempo para se decompor”, esclarece o comunicado da Universidade de Rice (Estados Unidos), que teve cientistas seus a participar neste trabalho, que é capa da Nature,

“O número simplesmente indica quanto tempo, em média, a massa do material radioactivo leva a reduzir-se para metade.” E, no caso do xénon-124, isso acontece em 18 mil triliões de anos, valor a que se chega extrapolando a partir das medições. Como forma de escala, os cientistas comparam a meia-vida deste isótopo com o tempo de vida do próprio Universo – que tem cerca de 14 mil milhões de anos: desta forma, a meia-vida do xénon-124 tem assim um bilião de vezes mais a idade do Universo.

“O facto de conseguirmos medir directamente um processo tão raro quanto este demonstra o alcance do nosso sistema de medida, mesmo que não tenha sido feito para estes eventos, mas sim para matéria escura”, afirma José Matias, coordenador da equipa portuguesa e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, num comunicado da sua instituição.

O sistema a que se refere é a experiência XENON1T, a última de uma série de câmaras concebidas para encontrar a primeira prova de matéria escura. Ainda não é possível prever as implicações desta descoberta, segundo o mesmo comunicado. Capa da Nature sobre o estudo DR “Esta é a meia-vida mais longa que medimos directamente até agora.

Qual é o tempo de meia-vida do carbono 14?

Como a meia-vida do carbono 14 é de 5.700 anos, ela só é confiável para datar objetos de até 60 mil anos. No entanto, o princípio usado na datação por carbono 14 também se aplica a outros isótopos. O potássio 40 é outro elemento radioativo encontrado naturalmente em seu corpo e tem meia-vida de 1,3 bilhões de anos.